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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida lança carta à sociedade

Integrantes da comunidade universitária participaram da redação do documento, feita durante seminário na Faculdade de Educação 
Patrícia da Veiga

      Objetivos em comum entre a comunidade universitária e os movimentos sociais do campo tornaram a UFG sede do 2° Seminário Estadual da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, realizado na quinta-feira, 29/11, na Faculdade de Educação (FE). De um lado, professores e estudantes da Faculdade de Nutrição (FANUT) e da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos (EA) desejavam ampliar o debate sobre o modelo de produção de alimentos. Por outro lado, a Via Campesina, à frente do comitê estadual da campanha, necessitava organizar um encontro para reforçar parcerias e chamar a atenção da sociedade para o fato de que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo – o que acarreta risco à população, que ingere cerca de 5,2 litros de veneno por ano. O resultado desse encontro foi, além de um dia de diálogo intenso, a redação de uma carta política à sociedade.

      O documento salienta que o consumo de agrotóxicos em Goiás está 20% acima dos demais estados brasileiros. Além disso, as atividades agrícolas que mais usam esses produtos químicos avançam sobre “áreas antes utilizadas pela agricultura familiar camponesa e por comunidades tradicionais”. A carta considera tal situação alarmante, questiona o sistema produtivo do agronegócio e anuncia a agroecologia como uma opção capaz de mudar essa realidade. “Não dá pra dizer ‘não coma mais essa maçã envenenada’ se não há produção que não seja envenenada. É preciso criar condições. A condição é a agroecologia”, comentou Rosana Fernandes, representante da Via Campesina.
      Para que a sociedade saiba dos problemas à saúde e ao meio ambiente provocados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, o documento prevê uma série de providências que serão tomadas pelo comitê estadual dacampanha: implantar um sistema de monitoramento de resíduos de alimentos produzidos em Goiás, mapear os casos de envenenamento ambiental e humano decorrente do uso de agrotóxicos no estado, mapear as experiências agroecológicas da região, e realizar o I Encontro Goiano de Agroecologia em 2013, durante a feira Agro Centro-Oeste Familiar.Clique aqui e conheça na íntegra a carta.
Seminário – Além dos movimentos sociais e da comunidade universitária, participaram do 2° Seminário Estadual da Campanha Permanente Cotra os Agrotóxicos e Pela Vida representantes da Universidade Estadual de Goiás (UEG), da Vigilância Sanitária Municipal, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), agricultores familiares, entre outros.
      No período da manhã, a professora Veruska Prado, da Faculdade de Nutrição (FANUT), apresentou o conteúdo do dossiê intitulado Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde, organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Esse documento, dividido em três volumes, aborda temas como “segurança alimentar”, “sustentabilidade” e “produção de conhecimento”. “O dossiê traz pesquisas minuciosas que relacionam o uso de agrotóxicos a diversos âmbitos da vida”, explicou a professora.
      De acordo com Veruska Prado, a divulgação desse documento é uma forma de desmistificar a ideia de que o agronegócio é a única forma viável de se produzir alimentos e de que o uso de veneno é indispensável. “Na verdade, o que se tem com o uso de agrotóxicos, na produção em larga escala, é o combate de pragas e a garantia de que os alimentos chegarão intactos ao mercado. Mas isso interessa a quem? Qual é a consequência?", questionou.
      A professora confere à universidade tarefa importante no combate ao uso de agrotóxicos. "Qual é o papel de quem produz conhecimento? É denunciar o que acontece com a população e pesquisar alternativas viáveis para a manutenção da vida”, comentou. Os três volumes completos do Dossiê Abrasco estão em:http://greco.ppgi.ufrj.br/DossieVirtual/pages/dossie
      No período da tarde, agricultores e técnicos agrícolas apresentaram suas experiências. Houve relato de situações relacionadas tanto à intoxicação de trabalhadores rurais quanto à implantação bem-sucedida de projetos agroecológicos.
      Campanha – A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida foi lançada em vários estados brasileiros, concomitantemente, em 5 de abril de 2011, data em que se comemora o Dia Mundial da Saúde. Um de seus objetivos é falar diretamente com os consumidores de alimentos. O que se espera é que, uma vez sensibilizando a sociedade, os comitês consigam mais aliados para debater o tema do uso de agrotóxicos em termos políticos e legais. “A sociedade organizada pauta melhor esse tema”, opinou Rosana Fernandes, da Via Campesina. Ela ressalta a necessidade de se ampliar o comitê estadual. “Pretendemos fazer um debate contínuo sobre os riscos que corremos, sobre como nos proteger. Onde tiver espaço, faremos essa discussão”, finalizou.
     Para saber mais sobre a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, acesse o sítio oficial www.contraosagrotoxicos.org.

Fonte: Ascom/UFG

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