Audiência pública promove debate sobre uso indiscriminado de agrotóxicos

   O Cecane/UFG Centro-Oeste integrou a equipe organizadora da 1ª audiência pública sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos em Goiás, realizada na última quarta-feira, 11 de abril, em Goiânia. O evento objetivou debater o uso dos agrotóxicos e sua relação com a saúde do consumidor, do trabalhador rural e suas interferências no meio ambiente.

   Entre as questões levantadas algumas foram abordadas por vários representantes das entidades presentes. Entre elas ressalta-se a necessidade da educação ambiental que chegue a todos e que aborde a questão dos agrotóxicos, as mudanças dos paradigmas existentes sobre o uso destes produtos em Goiás, além da imprescindível revisão da legislação e seu cumprimento.
   Veruska Prado, gestora do Cecane/UFG Centro-Oeste, levantou a questão da preocupação que todos devem ter com sua alimentação. Para ela a o uso indiscriminado de agrotóxico no Brasil não é um fato que deve ser limitado ao espaço rural.
   A gestora do Cecane alertou que a saúde das pessoas perpassa pelo cultivo dos alimentos e chega à mesa de todos. Diante disso Veruska alertou a respeito da necessidade dos consumidores estarem alertas a este tema e que cobrem o acesso a informações mais claras sobre a qualidade do que comemos, como foi cultivado e de onde vem os produtos. “É preciso pensar nos riscos do agrotóxico no nosso dia a dia, não é algo distante da nossa realidade”, observa.
   A partir desta audiência, que contou com a participação das entidades integrantes do Fórum, entre elas: Vigilância Sanitária Municipal de Goiânia (VISA - Goiânia), CREA-GO, União dos Atacadistas e Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Goiás (UNIAP/GO), Vigiquim (ANVISA), Sindicato de Nutricionistas no Estado de Goiás - SINEG , Cia de Teatral Zumbi dos Palmares, COMSEA Goiânia (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional), além de representantes da Secretaria Estadual de Agricultura e Saneago.
   A enfermeira do Trabalho, nutricionista, sanitarista e toxicologista, Hebe Macedo, diretora do Cerest, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, abordou o que é agrotóxico e suas consequências para a saúde humana.
   Logo depois Márcia Regina Dias, coordenadora regional do PARA, Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Goiás, apresentou dados dos resultados obtidos no Estado sobre a contaminação de diversos produtos pesquisados pela Anvisa.
   Henrique Luis, da Saneago, trouxe os riscos que o uso indiscriminado de agrotóxicos traz para a saúde dos mananciais e reservatórios de água em Goiás, principalmente para aqueles que abastecem as cidades.
Ele apontou a necessidade de se fazer um uso racional de agrotóxicos, a falta de uma política mais efetiva de proteção dos mananciais do Estado. Além de eliminar ou controlar as fontes poluidoras, principalmente as que estão muito próximas aos mananciais.
  A partir desta audiência pública está sendo finalizado um documento, que será uma carta da sociedade, a qual será encaminhada à Câmara Municipal cobrando ações efetivas para a fiscalização, controle e política de educação ambiental para a melhor condução do uso de agrotóxicos no Estado.